Muito provavelmente, quando se fala da intervenção de um docente junto de alunos com NEE, a ideia que eventualmente pode prevalecer, ou aquela que mais rapidamente vem à mente das pessoas, é a de um trabalho desenvolvido junto de alunos diminuídos mentalmente, a quem muitas vezes o acesso à escolaridade normal está vedado ou se processa de modo extremamente difícil.
Efectivamente, em alguns casos, assim acontece. No entanto, não devemos esquecer que o conceito de NEE é bastante abrangente e inclui um número elevado de pessoas que têm em comum, o facto de possuírem uma ou até mesmo mais que uma incapacidade. Incapacidade que pode ser intelectual, motora ou sensorial.
Todos os alunos com NEE apresentam por norma alguma incapacidade que acaba, em maior ou menor grau, por interferir ou condicionar a forma como ele interage com os outros e com o meio que o rodeia. É compreensível que essas limitações, muitas vezes acabam por interferir também com o processo de aprendizagem, condicionando.
É inquestionável que a introdução dos computadores e das novas tecnologias nas escolas veio dar um novo impulso ao trabalho desenvolvido com estes alunos. Foram muitos os benefícios que as novas tecnologias trouxeram para esses cidadãos, quer a nível do desempenho escolar quer na sua própria vida pessoal, na medida em que proporcionaram maior autonomia e maior participação em várias aspectos da sua vida.
É sobretudo nas deficiências visuais, motoras e auditivas que se pode constatar, com maior visibilidade, a importância das novas tecnologias na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, proporcionando-lhes não só novas situações de aprendizagem, mas essencialmente a possibilidade de comunicação com os outros e uma integração mais efectiva na sociedade.
No entanto, relativamente, a alguns alunos com NEE, a simples introdução de um computador numa sala de aula, por si só, pode não ser suficiente para que o aluno beneficie dessa nova ferramenta. É fundamental, criar condições para que o computador, não se transforme em mais uma barreira, mas seja, acima de tudo uma ajuda, um facilitador da aprendizagem, que contribua para compensar os seus défices e limitações. Muitas vezes isso exige adaptações e introdução de programas especiais que facilitem a acessibilidade, tornando desse modo possível o uso do computador por parte das pessoas com NEE.
Actualmente, quer a nível do hardware quer do software, existe já no mercado um grande número de dispositivos que, em função do tipo de deficiência e da necessidade de cada indivíduo, funcionam como facilitadores de acesso ao uso do computador. Manípulos, ratos e teclados adaptados, monitores que respondem ao toque ou que ampliam imagens e textos, impressoras que imprimem em relevo ou em braille, programas informáticos que permitem a leitura de textos escritos ou que transformam textos em escrita Braille, são exemplos de inúmeros mecanismos que facilitam a vida das pessoas que apresentam incapacidades ou limitações mais ou menos severas.
Acredito que a generalidade dos alunos com NEE que frequentam as nossas escolas utilizam o computador de forma normal, sem necessidade de recorrer a dispositivos ou programas específicos à sua problemática. Nesses casos, o computador, é na maioria das vezes, encarado como mais um apoio ao ensino, uma ferramenta de trabalho do professor e do aluno, um instrumento facilitador do ensino e da aprendizagem, uma forma de o professor renovar os seus métodos didácticos, enfim, mais uma alternativa. Uma interessante alternativa.
Através do site http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/educativo.htm é possível tomar conhecimento de um conjunto de ajudas técnicas (hardware e software) disponíveis no mercado e direccionados a ajudar pessoas com dificuldades ou deficiências.
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