27 de novembro de 2007

Programa de leitura para alunos com NEE

Os docentes de Educação Especial são muitas vezes confrontados com a necessidade de criar material específico para trabalharem com os seus alunos. A razão dessa necessidade prende-se com inúmeros factores, nomeadamente:

  • necessidade de enveredar por um caminho diferente, uma vez que tendo já sido colocado em prática algumas estratégias ou metodologias, as mesmas se revelaram insuficientes ou mesmo inadequadas para o aluno;
  • necessidade de escolher metodologia e actividades diferenciadas por o aluno apresentar handicaps inerentes à sua problemática;
  • necessidade de utilizar metodologia sistematizada, devidamente estruturada, com definição de objectivos parcelares, que ajude a organizar a informação e a preparar o aluno para aquisições posteriores mais complexas;
  • necessidade de diferenciar actividades dado que o aluno com NEE necessita, por norma, de mais tempo para consolidar as aprendizagens. A diversificação de material torna-se fundamental para manter a motivação e interesse do aluno, evitando situações de fracasso e de insucesso.

Também, relativamente à aprendizagem da leitura, muitas vezes é necessário diferenciar a metodologia adoptada junto das crianças com NEE, o que passa muitas vezes pela escolha de um outro método de leitura. Consoante a problemática do aluno, muitas vezes o docente sente necessidade de recorrer a outro material, que complemente ou reforce as aprendizagens do aluno, uma vez que ele necessita de mais tempo para as efectuar e consolidar. Outras vezes, o material existente, revela-se ineficaz para alguns alunos. Exemplo disso, são alguns casos de alunos com paralisia cerebral, onde os espaços destinados à escrita manuscrita se revelam demasiado pequenos. Para além dos manuais e fichas de trabalho, que muitas vezes têm de ser adaptadas à problemática do aluno, o recurso a imagens, o uso de letras, sílabas e palavras móveis, a utilização de apresentações electrónicas são alguns exemplos de material que podem ser utilizados, na sala de aula, para promover a aprendizagem da leitura junto de alunos com NEE. Relativamente ao método das vinte e oito palavras, utilizado muitas vezes com sucesso, junto de alunos com dificuldades de aprendizagem, verifica-se que existe algumas carências relativamente a material disponível: além de existirem poucos manuais, o número de fichas de trabalho que os acompanham são manifestamente insuficientes para promoverem o reforço e consolidação das aprendizagens. Acresce ainda o facto que esse método de leitura deve ser complementado com a utilização de material manipulável (de preferência resistente e com alguma textura) que permita à criança manusear as sílabas e formar novas palavras.

Exemplos de algum material que o docente de educação especial pode arranjar para complementar o método das vinte e oito palavras:

13 de novembro de 2007

As TIC na Educação Especial

Em que medida a introdução das novas tecnologias na sala de aula podem beneficiar os alunos com NEE?
Muito provavelmente, quando se fala da intervenção de um docente junto de alunos com NEE, a ideia que eventualmente pode prevalecer, ou aquela que mais rapidamente vem à mente das pessoas, é a de um trabalho desenvolvido junto de alunos diminuídos mentalmente, a quem muitas vezes o acesso à escolaridade normal está vedado ou se processa de modo extremamente difícil. Efectivamente, em alguns casos, assim acontece. No entanto, não devemos esquecer que o conceito de NEE é bastante abrangente e inclui um número elevado de pessoas que têm em comum, o facto de possuírem uma ou até mesmo mais que uma incapacidade. Incapacidade que pode ser intelectual, motora ou sensorial. Todos os alunos com NEE apresentam por norma alguma incapacidade que acaba, em maior ou menor grau, por interferir ou condicionar a forma como ele interage com os outros e com o meio que o rodeia. É compreensível que essas limitações, muitas vezes acabam por interferir também com o processo de aprendizagem, condicionando. É inquestionável que a introdução dos computadores e das novas tecnologias nas escolas veio dar um novo impulso ao trabalho desenvolvido com estes alunos. Foram muitos os benefícios que as novas tecnologias trouxeram para esses cidadãos, quer a nível do desempenho escolar quer na sua própria vida pessoal, na medida em que proporcionaram maior autonomia e maior participação em várias aspectos da sua vida. É sobretudo nas deficiências visuais, motoras e auditivas que se pode constatar, com maior visibilidade, a importância das novas tecnologias na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, proporcionando-lhes não só novas situações de aprendizagem, mas essencialmente a possibilidade de comunicação com os outros e uma integração mais efectiva na sociedade. No entanto, relativamente, a alguns alunos com NEE, a simples introdução de um computador numa sala de aula, por si só, pode não ser suficiente para que o aluno beneficie dessa nova ferramenta. É fundamental, criar condições para que o computador, não se transforme em mais uma barreira, mas seja, acima de tudo uma ajuda, um facilitador da aprendizagem, que contribua para compensar os seus défices e limitações. Muitas vezes isso exige adaptações e introdução de programas especiais que facilitem a acessibilidade, tornando desse modo possível o uso do computador por parte das pessoas com NEE. Actualmente, quer a nível do hardware quer do software, existe já no mercado um grande número de dispositivos que, em função do tipo de deficiência e da necessidade de cada indivíduo, funcionam como facilitadores de acesso ao uso do computador. Manípulos, ratos e teclados adaptados, monitores que respondem ao toque ou que ampliam imagens e textos, impressoras que imprimem em relevo ou em braille, programas informáticos que permitem a leitura de textos escritos ou que transformam textos em escrita Braille, são exemplos de inúmeros mecanismos que facilitam a vida das pessoas que apresentam incapacidades ou limitações mais ou menos severas. Acredito que a generalidade dos alunos com NEE que frequentam as nossas escolas utilizam o computador de forma normal, sem necessidade de recorrer a dispositivos ou programas específicos à sua problemática. Nesses casos, o computador, é na maioria das vezes, encarado como mais um apoio ao ensino, uma ferramenta de trabalho do professor e do aluno, um instrumento facilitador do ensino e da aprendizagem, uma forma de o professor renovar os seus métodos didácticos, enfim, mais uma alternativa. Uma interessante alternativa.

Através do site http://www.acessibilidade.net/at/kit2004/educativo.htm é possível tomar conhecimento de um conjunto de ajudas técnicas (hardware e software) disponíveis no mercado e direccionados a ajudar pessoas com dificuldades ou deficiências.